04 de Fevereiro...
Acorda o moço bem de madrugada (3h30m), Chove a cântaros lá fora, no sopé da Serra...
Trava uma luta inglória com os lençóis, e com os seus pensamentos que o obrigavam a levantar, quando todo o seu corpo se recusava a expor-se à temperatura exterior do quarto, que felizmente ainda assim, é bastante superior à do exterior. Mas a luta é em vão, pois uma hora mais tarde, teve mesmo que saltar do leito! Prepara-se fisica e mentalmente para a viagem de 3horas que terá que fazer, primeiro negra e muito chuvosa, e com o raiar do dia, transformando-se em cinzenta e um pouco menos chuvosa, e claro para enfrentar o inevitável trânsito da 2ª Circular, no romper do dia da metrópole.
Ainda assim, o seu espírito ao chegar à capital é positivo, pois sabe que apesar da chuva torrencial, chegou a uma boa hora para poder apanhar uma senha que lhe permita levantar o seu sofrido Visto. Sim, esse carimbo que lhe dará de novo entrada no continente quente, mas que carimbará pela primeira vez, o primeiro trimestre da Vida Nos Trópicos...
Tudo corria pelo melhor, até arranjou um lugar para estacionar logo em frente ao empreendimento Alcântara do papa-projectos Valssassina. Enquanto se deslocava em direcção ao consulado, nos poucos metros que restavam, pode admirar detalhes arquitectónicos do empreendimento, como eles resolveram isto, como deram a volta aquilo, enfim os pensamentos habituais e quase viciados da profissão, que os ia alternando com a preplexidade que as suas órbitas lhe iam revelando a cada passo em direcção ao consulado... incrivelmente não havia fila... "Realmente, as notícias que foram saíndo na comunicação social relatando as situações inacreditáveis que se passavam aqui, parece que produziram efeito... ... só vejo ali um ou outro marmelo...", e assim foi andando até à porta do consulado, ainda com muitos minutos pela frente até à abertura de portas, que ocorreria perto das 08h30m, até que se deparou com um papel, muito bem acautelado da chuva, dentro de uma confortável mica, que informava os que, como ele, estupidamente, resolveram escolher esse dia para levantar o seu visto...
É dia 4 de Fevereiro! É feriado em Angola, anuncia o papel... e parece que... em Portugal também!
Bem, parece que amanhã há mais madrugar...
T(r)ópico efemérico:Acorda o moço bem de madrugada (3h30m), Chove a cântaros lá fora, no sopé da Serra...
Trava uma luta inglória com os lençóis, e com os seus pensamentos que o obrigavam a levantar, quando todo o seu corpo se recusava a expor-se à temperatura exterior do quarto, que felizmente ainda assim, é bastante superior à do exterior. Mas a luta é em vão, pois uma hora mais tarde, teve mesmo que saltar do leito! Prepara-se fisica e mentalmente para a viagem de 3horas que terá que fazer, primeiro negra e muito chuvosa, e com o raiar do dia, transformando-se em cinzenta e um pouco menos chuvosa, e claro para enfrentar o inevitável trânsito da 2ª Circular, no romper do dia da metrópole.
Ainda assim, o seu espírito ao chegar à capital é positivo, pois sabe que apesar da chuva torrencial, chegou a uma boa hora para poder apanhar uma senha que lhe permita levantar o seu sofrido Visto. Sim, esse carimbo que lhe dará de novo entrada no continente quente, mas que carimbará pela primeira vez, o primeiro trimestre da Vida Nos Trópicos...
Tudo corria pelo melhor, até arranjou um lugar para estacionar logo em frente ao empreendimento Alcântara do papa-projectos Valssassina. Enquanto se deslocava em direcção ao consulado, nos poucos metros que restavam, pode admirar detalhes arquitectónicos do empreendimento, como eles resolveram isto, como deram a volta aquilo, enfim os pensamentos habituais e quase viciados da profissão, que os ia alternando com a preplexidade que as suas órbitas lhe iam revelando a cada passo em direcção ao consulado... incrivelmente não havia fila... "Realmente, as notícias que foram saíndo na comunicação social relatando as situações inacreditáveis que se passavam aqui, parece que produziram efeito... ... só vejo ali um ou outro marmelo...", e assim foi andando até à porta do consulado, ainda com muitos minutos pela frente até à abertura de portas, que ocorreria perto das 08h30m, até que se deparou com um papel, muito bem acautelado da chuva, dentro de uma confortável mica, que informava os que, como ele, estupidamente, resolveram escolher esse dia para levantar o seu visto...
É dia 4 de Fevereiro! É feriado em Angola, anuncia o papel... e parece que... em Portugal também!
Bem, parece que amanhã há mais madrugar...
Há 47 anos deu-se o maior levantamento popular, organizado contra o colonialismo português, para reivindicar a independência de Angola, e, por conseguinte, vários outros ganhos como trabalho dignificante e vida condigna para os angolanos.
Na madrugada de 4 de Fevereiro de 1961, um grupo de mulheres e homens, munidos de paus, catanas e outras armas brancas, atacaram a casa de reclusão e a cadeia de São Paulo para libertarem presos políticos.
Mensagens
coitado...realmente é preciso que exista a paixão por áfrica...se nós já nos queixamos da burocracia portuguesa, afinal há pior.. o que vale é o teu sentido de ironia q te permite ir resolvendo as coisas. um beijo grande da tua amiga isa
ResponderEliminarBem, há duas formas de analisar isto...
ResponderEliminar1. Parece que está a acontecer tudo (e incluo o que me tem acontecido extra processo de obtenção do visto) para não vá para lá, como que se algo me estivese a alertar para não ir...
ou
2. Esta é uma prova dura que eu tenho de passar para que, finalmente, obtenha algo de bom que catalize a minha vida num melhor sentido. Como nada se obtem sem preserverança, então tenho que ser forte e ir à luta.
Prefiro acreditar na segunda...