quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

T(r)ópico #7 - Imbondeiro.. escala Urbana/Humana, ou escala... Territorial/Africana!?


Uma "florzinha" plantada no jardim da futura residência...




Pequenina... não é?


Eu medi... e a fita métrica disse-me... meu amigo, este "bicho" tem só 7,90m de diâmetro... e segundo dizem (e pude comprovar)... nem é das maiores!





Esta Sim... pena não ter lá um "pula" que lhe possa dar a devida escala...

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

T(r)ópico #5 - O DRAMA da obtenção do Visto!

Comecei a tratar do processo de obtenção do visto no fim de Novembro! Para isso era necessário adquirir impressos próprios no Consulado de Angola em Portugal, e reunir uma série de documentos da minha parte, e outros da entidade que convida (de Angola).

No Inicio de Dezembro tinha já todos os documentos de que eu necessitava da minha parte, faltavam só os que tinham que vir de Angola. Estes chegaram, sim, um a um, sendo que quando obtive o último era já Janeiro de 2009. O Consulado tinha aberto no dia anterior, no dia 8. Agora.. teria que aguardar pela próxima terça-feira, pois os processos para obtenção dos vistos só podiam ser entregues às 3ªs e 5ªs. Tinha começado a saga....


1. Desloquei-me ao consulado nos dias próprios para o efeito, às terças e quintas. Fui portanto nos dias 13, 15, 20 e 22.

2. Os poucos dias por semana disponibilizados pelo consulado, e o acumular de processos devido à época festiva em que muita gente veio passar o natal e fim de ano a Portugal (e que pretendia agora regressar), e em que o consulado fechou por 2,5 semanas (de 22.12.2008 a 08.01.2009), juntando ao facto de que o consulado só emite senhas nesses mesmos dias das 9h às 11h, num total de 180 senhas e às 9h05m já as senhas estavam esgotadas (fora a grande percentagem destas que são reitradas antecipadamente para venda no mercado negro a valores de verdadeiros tesouros), fez com que pessoas ficassem a guardar vez na fila com dois dias de antecedência até, ficando horas a fio à chuva e ao frio.

3. Apesar de ter ido sempre para a fila de madrugada, às 7h, às 6h, e às 2h da manhã, respectivamente, só no último dia é que finalmente consegui um lugar na fila que me permitisse ter acesso às senhas. Todas as outras tentativas foram frustradas... tendo com isso perdido noites e manhãs em vão!
Para conseguir então um lugar que me desse acesso às desejadas senhas, tive de chegar às 23h30m do dia anterior (quarta-feira), e passar a noite toda na fila, na rua à chuva e ao frio. Quando cheguei, haviam já a essa hora, 60 pessoas à minha frente...
(poderia descrever todo o equipamento e planeamento que tive que fazer para passar a noite ao relento: Roupas quentes, 2 casacos, luvas, comida, bebida, termo com chá quente, Livro, lanterna, cadeiras, chapéu de chuva, etc etc...)
Tenho só que fazer uma abreviatura... é que como, apesar de estar de partida, o trabalho tem que se fazer, eu tinha-me levantado nessa mesma noite de 4ª feira, às 5h da manhã, pois tive de me deslocar ao Algarve para acompanhar um processo. Estava-me então a preparar para, quando cheguei às 23h30m, fazer uma directa e meia... (ohhhh.. se tivesse ficado só pela directa e meia, já não teria sido nada mau)!!!

4. Quando se vai para a fila do consulado de Angola, há uma série de variáveis que então surgem no nosso caminho, e nunca nada é certo! Nunca se sabe se vamos conseguir atingir os nossos Objectivos!!! Deixo uma pequena relação dos "Se's" que entram na equação...
A. É preciso ir para a fila com muita antecedência!
B. Ir para a fila não garante a obtenção de senha. Se se conseguir óptimo, se não, então tem que se tentar outro dia.
C. Se se conseguir a senha, há que aguardar para saber se somos antendidos nesse mesmo dia(o que pode durar até às 16h). Se não... bom... há que começar de novo.
D. Se se conseguir ser atendido, então há que rezar para que esteja tudo em ordem, mas mais que isso, há que rezar para que o senhor/a que nos atender esteja de bom humor e simpatize connosco, para que o processo seja aceite! Se não... bom já se sabe...
E. Se se conseguir entregar.. bom já é uma grande vitória, mas não se pode deitar foguetes antes da festa! Pois o visto pode não ter sido aceite, por qualquer motivo! Se não... bem aqui fica um pouco mais complicado, pois já n é só tentar tudo de novo... é ainda o dilema de tratar dos papeis todos outra vez!
F. Se se sonseguir obter o visto, perfeito! Aí começa a crescer em nós, de novo o apelo à fé, pois é sinal que vai começar o Dilema dos Se's da Companhia Aérea! É que para a obtenção do visto, tem que se apresentar o comprovativo da reserva do voo. E pode sempre acontecer, chegar no dia marcado para embarcar, e quando se vai trocar a reserva pelo bilhete, já não haver lugar no avião para o qual tinhamos um lugar reservado à semanas!!! Bom, se não.. pode-se sempre vir no dia a seguir, ou no dia em que a companhia faça novo voo para o destino marcado!

5. Retomando a minha noitada/directa, e após ter aguardado desconfortávelmente as nove horas e meia que tinha pela frente até à abertura do consulado, lá consegui finalmente obter a senha por que tanto aguardava! A emissão de senhas começou às 8h30m e obtive a minha às 8h57m. O numero que tinha na minha era o 94, apesar de quando cheguei só havia 60 pessoas à minha frente! As restantes 34, foram para infiltrados, e para as que foram sendo vendidas/trocadas, etc, etc.

6. Com a minha senha finalmente na mão, só me restava aguardar pela minha vez, felizmente já o podia fazer dentro do edifício, isto se, claro, houvesse lugares suficientes para esperar sentado! Junto das 10h40, há um indivíduo que trabalha para as agências que vivem disto que, portador de uma senha com número inferior me pediu para a trocar pela minha pois aguardava que lhe fossem entregar um documento e precisava por isso de ganhar tempo. Acedi trocar a senha pois a que tinha para troca era o número 78, e é o número do ano em que nasci, além de que as senhas estavam no número 76 e faltaria por isso pouco para, finalmente, entregar a documentação! Achei que tinha tudo para me correr bem a entrega do visto com esse número... como estava enganado!

7. A minha suspeita surgiu logo quando o monitor que apresenta os números a serem chamados, mandou o nº 78, para a mesa 5!!! A fatídica mesa onde, em Agosto tentei também meter o visto e vi a minha vida a andar para trás, ao ser atendido pela funcionária W.!

8. Ao chegar, os meus anseios acalmaram um pouco, pois na mesa 5 não estava a Sr.a W., mas antes um senhor, e que até nem parecia muito antipático... E depois de uma directa ao frio e à chuva, aquela hora, estava certo que o senhor iria ter compaixão por mim e não me dificultaria a vida, mais do que já ma tinham dificultado...

9. Sentei-me para entregar o processo, só claro depois da autorização do responsável funcionário, e, adoptando uma postura de extrema humildade, qual animal na selva na proximidade de um semelhante dominate, fui conduzindo a entrega dos documentos até que... ouço aquilo que não queria crer acreditar estar a ouvir... "Você tem a data da reserva do voo para dia 26, e hoje é dia 22, por isso não lhe vou poder aceitar o visto!" .... .... .... Bem, o que me passou de repente pela cabeça, prefiro não descrever, mas após alguns longos segundos, retomei a minha postura, e com toda a paciência e calma, que procurava fazer reflecti-la também no meu tom de voz, lá lhe fui apelando à razão... que a data da reserva nada impediria, pois obviamente eu só poderia viajar depois de obter o visto, e se não o obtivesse antes da data da reserva teria naturalmente que a adiar, e que o faria, assim que tivesse uma previsão da data em que o visto seria emitido. Além de que, eu comecei a tratar do visto muito mais cedo, mas devido às dificuldades que se estavam a sentir, só à 4ª vez é que finalmente consegui obter a senha, e que quando foi feita a reserva, havia muito mais tempo de folga. O funcionário, lá me ia dizendo que não, e que não tinha como me aceitar assim o visto pois iria ser recusado. Ora aquilo já me parecia ridiculo de mais, e mais ridiculo foi ainda quando vim a saber que escassos minutos depois, um colega que vai comigo para Angola, para a mesma empresa e tudo, com as mesmas condições, e mesma data de reserva do voo, viu o seu visto aceite na mesa ao lado, a mesa 2.

10. Após muitos apelos, lá consegui que ele me concedesse uma opotunidade. E a oportunidade era, nem mais nem menos, que... uma segunda possibilidade de falar com ele, trazendo a reserva para uma data mais à frente, e apresentando-lhe os documentos até às 12h desse mesmo dia! Ora, falta é dizer que..e quando ele me assinou a senha para que junto dos seguranças pudesse explicar que ele me tinha autorizado a subir de novo, eram já 11h da manhã! Tinha portanto uma missão impossível à minha frente!!! Até já pensava em que modelo de óculos os Tom Cruise escolheria para entrar neste filme agora!

11. Não é que eu já não tivesse previsto essa situação e não tivesse antecipadamente enviado 3 mails para a entidade que me vai lá receber e que fez a reserva do voo, para me adiar o voo para uma data mais segura, dia 7, tinha sugerido eu. Mas aconteceu que à semelhança de muitas outras coisas, parece ser difícil efectuarem-se determinadas tarefas pelos trópicos, mesmo as que insistentemente são mencionadas e com bastante tempo de antecedência! E tinha eu agora uma hora, para se conseguir fazer aquilo que não foi feito em 3 semanas!

12. Liguei imediatamente para Angola (e as chamadas que são pouco caras...) para que me solucionassem o problema enviando aquilo que já tinha solicitado 500 mil vezes, uma nova data para a reserva! De notar que nesta altura estava possuído por uma tal carga de nervos, stress, e irritação, que atropelava as minhas próprias palavras, e em vez de falar calmamente ao telemóvel, gritava!!! Para ajudar à festa estava sem bateria (ou com muito pouca), não num, mas nos meus 3 telemóveis, uma vez que tinha saído de casa há mais de 30horas, e já nessa altura os tlm's não tinham muita bateria, acrescendo que durante o dia tinha efectuado várias chamadas.

13. Indiquei no telefonema que me iria dirigir para um posto de Correios próximo e que, uma vez lá, lhe indicaria qual o número de fax para onde deveriam enviar a fotocópia da reserva, uma vez efectuada. Então dirigi-me para os Correios que, não sei se pela proximidade relativa ao Consulado se não, pareciam os funcionários também eles afectados por um qualquer síndrome de estupidez/incompetência que me fez vir ao exterior mais que uma vez, verificar se a placa que se encontrava na porta de entrada efectivamente dizia "CTT - Correios", ou se me teria enganado na porta! Ou se, efectivamente, estaria em Portugal ou não... Lá diz o ditado, uma desgraça nunca vem só! Isto já para não enumerar aqui as leis de Murphy, que pareciam ter sido escritas de propósito para este dia!

14. Nos correios foi então uma sucessão de acontecimentos completamente absurdos! Primeiro, e como eu estava com pouca bateria, pedi então para fazer uma chamada a pagar no destinatário. Ui... o que eu fui dizer... A senhora deitou as mãos à cabeça... «Mas quer mesmo fazer uma chamada a pagar no destinatário - Sim ,disse - Mas eu não sei fazer isso, sabe, é que agora mudaram os telefones, e já nem telefones se chamam, tem outro nome qualquer que agora não me lembro! E são pré-pagos... O senhor sabe qual o nome da agência para qual ligar? - Não! Estava a contar que vocês aqui tivessem uma lista desses serviços! - Nós, não! Pode é ir ver ali naquela pilha de listas telefónicas.. pode ser que encontre alguma coisa... Próoooooximo!». Brm, ignorei, e como ainda tinha uns trocos no bolso, que o larápio que me fanou a carteira na passada 6ª-feira, não chegou a topar, lá acedi em pré-pagar as chamadas. (isto já se começava a assemelhar a um filme do grande realizador sérvio Emir Kustirica, autor de filmes como o "Gato Preto, Gato Branco"!!!)
Bem, entre o dilema de conseguir fazer a chamada; o dilema da senhora saber como se tira a 2ª via do recibo; o fax que encravava retendo dezenas de faxes de outras pessoas que estavam na mesma situação que eu aguardando os seus valiosos faxes;e outras peripécias que se as fosse relatar davam para escrever um livro, lá se foi passando as 12h, as 13h, a hora de almoço em que aproveitei para voltar ao consulado perguntar ao segurança se poderia ir ainda até às 16h (hora em que fecham em definitivo os serviços do consulado), e de volta do almoço, passaram-se tb as 14h e as 15h, por entre telefonemas para todos os contactos que eu tinha em Angola a averiguar se já tinham ou não o dito documento para me enviar ou não. Já para não falar que depois de almoço tive que voltar a lembrar a quem ficou de me enviar o documento, que ainda estava á espera dele, pois parecia que já se tinha olvidado.
Já a desesperar por todos os lados, lá recebo um telefonema para o telemóvel do meu colega,( que numa das chamadas, pelo mirambolante telefone dos correios, eu indicado como telefone alternativo), a dizer que me tinham enviado por... mail!!! : Por mail!!?? Por mail!!!!!!!!?????? Mas.. onde é que diabo tinha eu um computador com acesso á internet comigo, e mesmo que tivesse, onde é que eu tinha uma impressora!!?? Bem, não estava a acreditar no que me estava a acontecer!!!
Inspirei profundamente umas 3 ou 4 vezes, e procurei toda a réstia de paciência que ainda quis acreditar existir em mim, e disse-lhe que precisava era que me enviasse para o tal número de faz que lhe tinha enviado já p'aí umas 4 vezes!
Às 15h35m recebo um telefonema de lá a dizer que não conseguiam enviar pois parecia que o fax para onde estavam a enviar estava a dar sinal de ocupado...

15. Pedi encarecidamente à senhora funcionária dos correios que, uma vez mais, me verificasse se estava tudo em ordem com a máquina do fax, que tinha recebido uma chamada, blá blá blá... ao que a senhora, já muito provávelmente farta de me ver por ali e de me atender já não sei quantas vezes, nem se dignou a levantar para verificar a situação, limitou-se a olhar por cima do ombro, e a dizer com a maior das certezas: «Não, está tudo bem com o fax!» e voltou a baixar os olhos sobre os papeis que tinha à sua frente e a atender carrancuda mais uma daquelas pessoas que volta e meia tiram um senha, que por qualquer desígnio cósmico, vão ter ao seu balcão de atendimento pedindo-lhe um selo ou um qualquer serviço.

16. Aquela última cena da digníssima funcionária tinha sido a ultima gota para mim! Irritado, fulo, e sei lá mais o quê, arranquei porta fora, e uma vez no passeio, olhei à esquerda e à direita, avistei uma Farmácia mesmo do outro lado da rua. Atravessei a rua, entrei dentro da farmácia onde uma cliente acabava de pagar os seus medicamentos, e perguntei se tinham um fax que me pudessem fazer o especial favor de me receberem um fax, pelo qual eu já desesperava. A assistente informou que tinha que falar com a sua chefe. Surgiu então a farmacêutica, uma senhora com um ar simpático e de sorriso sempre pronto! Até que enfim, alguém que atrás de um balcão não me aparece carrancudo/a! Prontíssima, lá me tranquilizou que receberia o fax e deu-me o número de fax da farmácia.
Rezei para que, nas horas todas que o meu telemóvel esteve desligado por falta de bateria tivesse, como que por milagre, auto-carregado, para que eu conseguisse ao menos ter tempo suficiente de o ligar, e efectuar a chamada e nela conseguir indicar o novo número para o qual o fax deveria ser enviado.

17. Incrível... segundos depois já aparecia a senhora de fax na mão, a perguntar se não queria que ela tirasse uma fotocópia aquele fax, uma vez que o papel era daquele de rolo, e logo por isso, muito fino. Agradeci, e esperei pela fotocópia. Num instante obtive aquilo em que estive meio dia para conseguir! Como a senhora não aceitou nenhum pagamento, eu prometi voltar no dia seguinte para efectuar compras de medicamentos, uma vez que, ainda no âmbito da minha ida para os Trópicos, tinha uma consulta marcada na Clinica da CUF ali ao lado, e já sabia de ante-mão que pelo menos o medicamento para a profilaxia da malária teria que adquirir.
Já com o papel numa mão e o chapéu de chuva na outra lá fui andando a passo largo para o consulado a ver se ainda me deixavam entrar...

18. Uma vez chegado ao consulado, novos passos associados às hipóteses dos "Se's" teriam que ser vencidos, mas nem vou alongando por aí. O Porteiro lá me deixou entrar a mim e ao meu colega depois de lhe ter mostrado a senha assinada pelo funcionário da mesa 5, mas lá para cima, para o piso 1 onde são submetidos os vistos só me deixou ir a mim. O meu colega teve que aguardar no piso 0.

19. Uma vez que, neste processo, tudo que é probabilidade de acontecer de errado é possível de acontecer, e por precaução, pedi também que fosse enviada uma nova reserva de voo para o meu colega, com uma data mais à frente, para que o visto dele, apesar ter sido aceite, não fosse posteriromente barrado na altura da emissão pelos mesmos motivos que não quiseram aceitar o meu. Tinha então desta vez uma dupla missão... conseguir entregar o meu visto, e substituir os documentos do meu colega. A esta hora, estava eu acordado à quase 34horas. Eis que começou a última saga do dia...

20. Chego então junto da mesa 5 onde o funcionário, que com uma série de processos de visto com passaportes associados se encontravam espalhados sobre a mesa, olhou para mim e, após alguns segundos de preplexidade, e depois de me ter aproximado dele e o ter lembrado do meu caso, lá foi dizendo: «Ah.. o senhor... já me tinha esquecido de si.. como lhe tinha dito par vir até às 12h...» Ui! Pensei... isto tá bonito! Insisti um pouco, apelando ao drama que tinha sido este meu dia e as tentativas frustadas anteriores. O senhor disse que compreendia, mas que agora nada feito, pois tinha acabado mesmo à um ou 2 minutos atrás fechado a sua contabilidade dos processos para esse dia!

21. Inspirei fundo, e sem saber como, lá encontrei mais uma réstia de paciência e aparente calma, e perguntei, apontando, se nenhum dos colegas dele das mesas ao lado me poderiam então dar entrada do visto, sem com isto querer estar a desrespeitar o trabalho dele. Informou-me que, tal como ele, os seus outros colegas já teriam muito certamente encerrado as entradas dos vistos para esse dia também. Insisti então que, por favor, tentasse averiguar se haveria alguém que ainda não tivesse fechado a entrada dos processos. Muito enfadado lá mandou procurar alguém! Uma vez mais, dediquei-me às rezas silenciosas, na tentativa de obter um pequeno milagre... e Milagre!!! Havia alguém que ainda não tinha fechado e ainda tinha a paciência/disposição para me atender! Estava Preplexo! Deveria ter caído nas graças dos Deuses!!!

22. A pessoa designada para me anteder era, ao que me pude aperceber, uma jovem, muito provavelmente com pouca experiência no assunto pois deveria estar ali a trabalhar ainda à pouco tempo, uma vez que não estava na posse do conhecimento processual completo da entrega dos processos dos vistos. Apesar disso, era uma miuda diferente. Alta, elegante, e apesar da evidente cor negra da sua pela, nem parecia Angolana. Era bonita, delicada, simpática e, talvez por trabalhar ali ainda à pouco tempo, parecia ainda não transportar consigo o legado de "bloqueador" de processos, e dificultador de vidas, que sempre senti cada vez que lá estive.
Calmamente, e apesar da aparente inocência, ou ausência de malícia que o seu olhar transmitia, procurei adpotar a postura quase subserviente do típico: "por favor, eu nem a vou incomodar a olhar para si, aceite só o meu processo e liberte-me deste pesadelo, por favor.. por favor...", e explicar-lhe o meu problema.

23. Como me apercebi que não se sentia à vontade a receber o processo, alertei então para o campo na página posterior do impresso, que tinha a data de entrada, e como esta se reportava À data anterior, muito certamente teria que ser rectificada. Questionei se preferia que eu escrevesse por cima, ou se seria melhor utilizar um corrector. Atrapalhada, com a questão lá foi perguntar ao colega carrancudo que lhe disse que não podia ser. Eu, a julgar que tinha ainda um impresso de sobra, disse que não havia problema, preencheria o suplente, e entregaria, erasó o tempo de o preencher. Acordou. Mas, quando o comecei a preencher, um calafrio percorreu a minha espinhal medula! O impresso era referente ao processo de visto de Trabalho, e aquele que eu estava a apresentar era para um visto Ordinário, pois é mais célere que o outro. «É agora, depois de tudo isto que vou "morrer na praia", o guiché de venda de impressos lá embaixo no piso 1 já está fechado.. e agora?» Temerosamente, expus-lhe a situação, que com um sorriso tímido, me aliviou dizendo que poderia obter um, junto da senhora que recebe o pagamento dos vistos! Ena!!! Parece que quando as pessoas são simpáticas e não querem dificultar a vida das pessoas, tornando-se nelas próprias como que figuras de maior relevo, pessoas a quem temos de mostrar que dependemos da sua boa vontade e humor para que a nossa vida possa correr normalmente, elevando-as a um grau de importância quase decisório como um ministro, um pouco à semelhança dos funcionários das repartições públicas portuguesas, parece que quando as pessoas estão ainda livres desse fantasma burocrático que faz pesar as insituições portuguesas, parece que tudo se resolve! Vi de novo renascer a luz ao fundo do túnel...

24. Junto do guiché para pagamento dos vistos a senhora, ao telemóvel, discutia, com ar preocupado, com o filho que tinha apanhado um pouco de chuva durante o dia... Não saberá ela que eles têm uma resistência física superior aos caucasianos!? Além de que a senhora estava preocupadíssima com umas gotas que tinham caído em cima do seu querido filhote... E então eu!!?? Que passei a noite toda ao frio, à chuva e ao relento, que já não dormia ia para quase 2 noites, e que ainda tinha que estar ali, à espera que acabasse a sua conversa! Claro que lhe disse que não tinha importância, que não havia problema, e que era natural a sua apreensão, o dia estava frio e ele podia apanhar uma constipação...
Quando finalmente terminou o seu telefonema, e ainda protestando em voz alta com a falta de cuidado do seu filho, e após alguns enganos por distracção, com o valor dos impressos, lá os adquiri finalmente. Comprei 2. Um para mim, outro para o meu colega.

25. De volta à mesa, comecei a preencher o impresso. Enquanto o fazia, o primeiro funcionário chegou junto desta, e informou que já todos estavam fechados. Ora, isto inviabilizaria a entrada dos documentos do meu colega neste mesmo dia. Não era dramático, pois os dele já tinham entrado, e estes eram só de substituição, e a data que interessava era a da entrada. Como consequência directa, teria que voltar outro dia.

26. Uma vez preenchido o meu impresso de novo, e com o avalo simpático de menina, la se deu por aceite o meu processo, e às 16h07m saía o talão comprovativo de pagamento por multibanco (note-se o pormenor do número dos minutos, que quem me conhece sabe bem que se o minuto do talão era o 7, então só poderia estar tudo ok, apesar de ter sido fruto do acaso), isto, 5horas e 17 minutos depois de o meu colega ter dado entrada do dele, e 15 horas e 37 minutos depois de ter chegado ao consulado, para assegurar o meu lugar na fila! O dilema deste dia tinha chegado ao fim...

27. Tomei precauções para que no dia seguinte pudesse então ir entregar os documentos do meu colega, uma vez que ele não é de Lisboa e teria por isso regressar. Claro que no dia seguinte as coisas também não foram assim tão lineares e, sem descrever o sucedido, resumo-me a dizer que tive que voltar na segunda-feira seguinte, para aí sim, finalmente, entregar os documentos do meu colega, terminando assim o drama, quase uma saga bíblica, que foi conseguir entregar os vistos!!! Resta agora aguardar que a emissão do visto e o consequente processo para o levantar, não me crie nenhum drama... ou calvário! Pois para quem não sabe, o Consulado de Angola, fica ali mesmo, junto do Largo do Calvário, e a dois passos da Discoteca... Luanda! Há coisas do caraças... não há!?

A título final, e para se perceber ou ter uma noção do sucedido na segunda-feira, resta só dizer que a pessoa que me atendeu, foi, como nem podia diexar de ser, o 1º Funcionário! Sim esse, que me rejeitou o visto!!! Apesar de ter sido atendido por ele, na mesa 16! Felizmente lá me disse: «Olhe, desculpe, estou muito ocupado, passe alí para a mesa ao lado...» e quem é que estava na mesa ao lado....??? Sim!!! Ela mesma... a elegante e simpática menina...





O mais engraçado é que.. tudo isto se passou em território nacional (se bem que dentro do consulado o território seja considerado angolano), o que me leva uma vez mais a pensar em... como será então a vida lá... nos Trópicos!!?

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

T(r)ópico #4 - O Trânsito...

Uma manhã qualquer no eixo norte-sul...

Parte 1 http://www.youtube.com/watch?v=chPuHrAO0Dg


Parte 2 http://www.youtube.com/watch?v=dizZs-vNRMU
(adoro a parte do rádio.. lol)

Parte 3 http://www.youtube.com/watch?v=FS2rOe50obE


Parte 4 http://www.youtube.com/watch?v=PHEcCF4Cpds


...e ainda eu me queixava do trânsito de manhã na marginal quando ia para a Ajuda.. bolas...

T(r)ópico #3 - Jogar às Diferenças...

Jogar às diferenças!!!

Sabes aquele jogo, em que vês uma figura, e depois a outra, e depois tentas adivinhar as diferenças...?

Bom, então vamos lá jogar!

Imagem 1 - O desenho Original


http://www.youtube.com/watch?v=By62gwvoBc0


Imagem 2 - O desenho Projecto

http://www.youtube.com/watch?v=fH0h12sxv-A



Agora, descobre as diferenças....

http://www.youtube.com/watch?v=RB2a27JIuN4

.

T(r)ópico #2 - The Soundtrack!!!

E claro... não podia faltar a primeira Banda Sonora!

http://www.youtube.com/watch?v=UQfF2S6L9zI


http://www.youtube.com/watch?v=OpYR7ilLbfo

T(r)ópico #1 - A Data!!!



Finalmente... uma data! 9 meses depois do primeiro contacto, 6 meses depois da primeira visita, 5 meses depois da decisão, 3 meses depois da saída oficial, e depois de 2 meses de burocracias... eis que surge a data aguardada!!! A data que... inicia uma nova Era, uma nova fase neste percurso incerto a que alguns chamam vida! 09.02.2009!!!

O que não deixa de ser engraçado, pois parece que já estava escrito! E para quem bem me conhece, sabe que nem poderia ser de outra forma, ora se não, vejamos: O dia, é o nove (09), e o mês, é o de Fevereiro (02), se eu já sabia que ia no ano de 2009, então parece-me que era claro!!! É só inverter/espelhar o número do mês 02 => 20 (sim porque nada nesta vida se faz de caras) e juntar o dia da viagem 09, obtém-se o ano: 2009!!! E sabendo o ano... saberia então o dia!!! E claro... se ao dia subtrair o mês... então 9-2=7!!!! 7!!! O meu grande 7!!! Claro, só podia!!! Bolas... mas quando é que largo este... vício!!!??

Mas para quê é que eu me andei a preocupar tanto com a altura em que finalmente conseguiria, contra as forças negras do mal, obter o meu visto, se afinal de contas já estava escrito!!?? Eheh

Bem, só espero agora é conseguir mesmo apanhar o voo nesse dia, ou toda esta conjuntura seria no fundo um golpe de vista.. ao lado!

Bem... assim sendo, dia está sorteado o dia em que, rumo à terra dos Imbondeiros, começará... A Vida Nos Trópicos!!!